A Tresore Design apresenta Makalu, uma cadeira-escultura lançada no prestigiado Salone del Mobile, em Milão, que une a ancestralidade das rochas naturais brasileiras ao design contemporâneo com uma precisão quase poética.
Criada pela designer Fernanda Freire, Makalu não é apenas uma peça de mobiliário. É um manifesto de respeito à matéria, ao tempo e à natureza. Seu nome evoca a grandeza de uma das montanhas mais altas do mundo, situada no Himalaia. E não por acaso: assim como a montanha que a inspira, Makalu impressiona pela imponência, mas também encanta pelas suas curvas suaves e refinadas, que convidam à contemplação e ao toque.
Uma rocha, uma história
A matéria-prima da cadeira Makalu é o granito Black Storm, uma rocha natural brasileira extraída pela Sabagram. Seus veios brancos e cinzas percorrem um fundo negro profundo, criando desenhos únicos, como se fossem mapas esculpidos pelo tempo. Polido até alcançar um brilho espelhado, o material ganha dramaticidade e vida, refletindo a luz com intensidade e conferindo à peça uma presença quase escultural.
Para Fernanda Freire, o processo de criação começou escutando a própria rocha:
“Trabalhar com rochas naturais para criar uma cadeira é, antes de tudo, um exercício de escuta da própria matéria. A rocha carrega milhões de anos de história geológica, e meu desafio é transformar isso em ergonomia, conforto e poesia”, conta a designer.
O maior desafio, segundo ela, foi encontrar o equilíbrio entre leveza visual e estabilidade estrutural, respeitando a integridade do granito, um material que “não permite erros”.
Design que conecta
Makalu não é uma cadeira qualquer. Seu design transcende a funcionalidade e propõe uma nova forma de interação com o objeto. Cada linha da peça foi pensada para expressar tanto a força bruta da natureza quanto a delicadeza da criação humana.
“Essas cadeiras nascem de um diálogo entre o peso da matéria e a leveza do gesto criativo”, explica Fernanda. “Sentar nessa cadeira é sentir o encontro da força ancestral da pedra com a leveza do gesto que a moldou. É sobre estar, tocar e contemplar.”
Essa busca por conexão também se traduz em emoção. A proposta é que a pessoa que se senta ali sinta não apenas o apoio do corpo, mas também o impacto simbólico da matéria: sua solidez, sua memória, sua beleza essencial.
Arte, técnica e precisão
O processo de produção da Makalu é uma coreografia entre tecnologia avançada e artesanato de alta precisão. Tudo começa com a escolha do bloco de granito, feita com cuidado para valorizar ao máximo a disposição dos veios. A partir daí, entra em cena uma série de etapas complexas:
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Corte inicial com máquina monofio para definir as dimensões ideais.
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Usinagem com CNC, com remoção gradual de material e refinamento progressivo dos detalhes.
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Refrigeração constante para preservar a integridade do granito durante o corte.
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Acabamento manual, onde cada curva é polida até alcançar o brilho espelhado que destaca a singularidade do material.
Ao final, cada cadeira é única, tanto pelas nuances do granito, quanto pela delicadeza do trabalho manual.
Uma estreia à altura
Makalu foi lançada oficialmente no Salone del Mobile 2025, em Milão, um dos palcos mais importantes do design internacional. A presença da Tresore Design no evento reforça o compromisso da marca com a inovação, a valorização dos materiais brasileiros e a criação de peças que dialogam com a arte e a arquitetura.
Fernanda encerra nossa conversa com uma reflexão que traduz o espírito da Makalu:
“A surpresa mais bonita do processo é quando, após toda essa engenharia, a peça final ainda revela veios inesperados, desenhos únicos que só a natureza poderia criar. É quando percebo que, mais do que criar, eu estou colaborando com a própria natureza para contar essa história.”
Makalu é isso: design com alma, forma com memória, pedra com poesia.
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